terça-feira, maio 20, 2008

Uma experiência inesquecível. Expo 98

Dez anos atrás Portugal abria a Expo 98. Acabei de ver nas notícias uma reportagem da altura. Foram quatro meses que me deram uma grande bagagem e muito orgulho por ter participado num evento tão bem organizado.

Estive a trabalhar no Pavilhão da Macedónia. Um país que tinha acabado de sair da ex-Jugoslávia e que se estava a dar a conhecer. Tive o prazer de conhecer pessoas extraordinárias, de conviver com raparigas e rapazes da Macedónia que nunca tinham estado em Portugal. Ficaram encantados com a Exposição e com o nosso país, durante o tempo que estiveram cá a trabalhar. Eu fiquei surpreendida com o nível cultural deles.

O facto de sermos um pavilhão pequeno foi uma grande surpresa, estava muito interessante. Tínhamos das fardas mais bonitas da Exposição. Acabámos por transforma-la em Merchandising.

O dia a trabalhar prolongava-se pela noite. Cada dia era um dia nacional de um país. Cada país organizava um evento. As exposições de rua, a Peregrinação, o Aquamatrix, muitas fotografias, muito calor. Ter trabalhado num pavilhão que pouca gente conhecia, muita gente entrou lá para fugir aos pavilhões das grandes filas e saiam curiosos para saberem mais. O livre trânsito para entrar em qualquer pavilhão e espectáculo. Ter levado algumas pessoas a visitarem a Expo comigo ao lado. Receber em dólares, a moeda é o denar = ДЕНАР.

O último dia é impossível de esquecer. Na última noite as portas abriram-se e enquanto houve lotação, Portugal caiu lá. Foram lá ter a Tânia, o meu irmão e o João. Corremos a Expo (da porta Sul à praça Sony) sem pôr os pés no chão. Um aperto! A comida acabou, só havia à venda bebida com filas infindáveis. Queríamos ver o fogo de artifício da despedida e os espectáculos. Vimos isso tudo. Lembro-me que corremos os quiosques à procura de qualquer coisa para comer. Esgotadísssimo.

No carro havia uma sandes de queijo, o João achou que podia ter fome! Ele não a comeu, mas (e é sabido que quando a fome aperta tudo sabe bem) aquela sandes é recordada como a melhor sandes de queijo que eu e a Tânia comemos nas nossas vidas. Ainda hoje falamos nisso.

Ainda tenho a swet da farda. É toda branca, parte da frente com a bandeira da Macedónia, parte de trás МАКЕДОНИЈА, em cirílico. De manhã e à noite vestíamo-la por cima dos pólos com uma saia curta vermelha, ténis brancos, relógio da farda e um saco pano, tudo a rigor.

A música de promoção da Expo 98 - Pangea/ autor: Nuno Rebelo